For English click here.
A luta dos mosquitos: ecologias outras-que-vetoras num sertão “livre de zika”

Em 2016, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a epidemia de zika no Brasil como uma ameaça global (WHO, 2019). Desde então, a relação entre o vírus, a microcefalia e, mais amplamente, a síndrome congênita do zika (SCZ) em centenas de recém-nascidos tornava-se evidente. A maioria desses casos foi registrada em cidades do sertão nordestino, região semiárida que engloba a “floresta branca”, ou o bioma Caatinga. Encontrada apenas no Brasil, a Caatinga abrange aproximadamente 13% do território do país (IBGE, 2004). Essa região é conhecida pela sua aridez tanto no clima quanto no investimento das políticas públicas. Historicamente, essas duas formas de austeridade – a paisagem e as condições socioeconômicas – vêm se retroalimentando.
Nas cidades do sertão, devido ao ambiente adusto e às precárias condições de saneamento, as pessoas se veem tendo que armazenar água em recipientes geralmente abertos ou mal lacrados. Essas condições promovem um nicho ideal para o Aedes aegypti, a espécie de mosquito conhecida por carregar Zika e outros vírus. Assim, o Ae. aegypti, conceituado como “mosquito urbano” pelos entomólogos, está interligado com as desigualdades sociais das cidades modernas. Além disso, tais cidades são construídas sob o imaginário de um lugar exclusivamente humano eventualmente “invadido” por criaturas indesejadas como ratos, pombos e mosquitos (Segata, 2016). Esse modelo de urbanização faz com que uma série de interações interespecíficas sejam escondidas. Entre elas, o papel desempenhado pela falta de outras espécies competidoras no sucesso ecológico do Ae. aegypti nas cidades. Eu proponho, então, que não só os mosquitos, mas também as próprias cidades são atores essenciais nas histórias da Zika.
A maioria das histórias nesta série toma como base a íntima associação entre as epidemias de Zika e as cidades. No entanto, trago aqui algo diferente ao tentar contribuir com um pensamento sobre cidades e cenários epidêmicos trazendo histórias de sertanejos e não humanos vivendo numa porção da floresta branca sergipana. Em vez de centrar nas vidas urbanas, quero explorar concepções sertanejas sobre viver com os mosquitos na mata. Sugiro, então, que vidas humanas-não humanas entrelaçadas possam ser centrais para reconsiderar as ecologias das cidades, seja no sertão seja em cenários urbanos de forma mais geral.
As ideias que trago aqui foram elaboradas a partir da minha pesquisa de mestrado (Maia, 2018), que foi parte das atividades da rede de pesquisa ‘Mosquitos da Caatinga’. Através delas, realizei uma etnografia sobre as relações entre mosquitos e sertanejos nos arredores do Monumento Natural Grota do Angico (MONA), uma unidade de conservação às margens do Rio São Francisco na Caatinga sergipana. Abrangendo pouco mais que 50% do território do estado, o sertão sergipano é composto majoritariamente pela zona rural e esparsas regiões periurbanas (IBGE, 2007). Ambas as zonas têm sofrido ações governamentais e de pesquisa relacionadas à vigilância e monitoramento do Ae. aegypti. Uma vez que essa espécie é antropofílica, os programas de vigilância, mesmo nas áreas com pequenos aglomerados humanos, são centrais no mapeamento e entendimento de potenciais epidemias no estado.
Além do foco nas cidades por parte da sociedade, do governo e da ciência, havia também um interesse de pesquisa nas áreas de floresta, uma vez que elas podem ser o habitat de “mosquitos silvestres”. Por esse motivo, meus colegas da rede “Mosquitos da Caatinga” realizavam frequentes levantamentos dos mosquitos e seus possíveis vírus relacionados no MONA, com alguma dificuldade já que alguns desses insetos ainda não tinham descrições taxonômicas disponíveis (Marteis et al, 2017). Enquanto isso, eu vivia ao lado de pescadores artesanais, pequenos agricultores, bordadeiras e funcionários municipais. Uma família em particular, cuja casa ficava distante dos povoados, me proporcionou abrigo e suporte logístico. Sua única vizinhança era uma empresa conhecida como “Ecoparque”, um dentre alguns dos restaurantes e parques ecológicos dos arredores do MONA (Figura 1)[1].

A maioria dos sertanejos com quem mantive contato era de funcionários do Ecoparque: garçons, guias de turismo, salva-vidas, gerentes, entre outros. Eu também estava cercado por companhias não humanas, como pedras, rochas, e seres do universo narrativo local como fantasmas e lobisomens, além dos diferentes grupos vegetais e animais. Entre os últimos, uma guilda êmica chamada mosquitos[2], que, para os sertanejos, referiam-se a criaturas (critters) causando não mais que pequenos incômodos para eles mesmos e para animais não humanos. Tal classificação êmica englobava não apenas os animais taxonomicamente considerados mosquitos, mas também mutucas e uma pequena variedade de não picadores como algumas pequenas moscas e, até mesmo, alguns besouros e abelhas. É importante ter em mente que esses são apenas alguns exemplos de quem esses insetos poderiam ser, pois as classificações sertanejas dos mosquitos eram (e ainda são) um campo aberto de possibilidades.
As classificações científicas dos mosquitos da Caatinga eram também elusivas para os meus colegas e para mim. Uma parte significativa dos espécimes coletados no MONA, por exemplo, ainda está sob descrições morfológica e genética. Em termos taxonômicos, mosquitos é um termo que refere-se a dípteros que pertencem exclusivamente à família Culicidae. Alguns entomólogos, no entanto, abrangem essa definição ao considerar outros dípteros hematófagos, como os flebotomíneos e os maruins. No decorrer deste texto, quando a palavra mosquito (sem itálico) aparecer, dirá respeito e essa classificação entomológica mais abrangente.
As classificações de mosquitos e mosquitos do MONA, embora elusivas, davam algumas evidências de que nenhum daqueles insetos era o Ae. aegypti (Marteis et al, 2017). Não havia, também, registro dos vírus carregados por mosquitos na área (Marteis, comunicação pessoal). Os levantamentos, no entanto, não excluíam a possibilidade de que o Ae. aegypti e seus vírus relacionados pudessem ser encontrados nas casas e outras construções ao redor do MONA. As incertezas (uncertainties) sobre a presença do Ae. aegypti e a potencial vetoração de outras espécies de culicídeos da área retratava a floresta como um cenário de epidemias iminentes nas lógicas científica e governamental. A esse respeito, a presença da espécie de mosquito Haemagogus spegazzinii no MONA, associado à febre amarela silvestre, foi fonte de preocupações epidemiológicas.
Vivendo ao lado de sertanejos e uma maior diversidade de mosquitos, eu aprendi que, de acordo com a lógica de classificação sertaneja, doenças e mosquitos não pertenciam ao mesmo domínio conceitual. Além disso, como alguns dos meus interlocutores sugeriram, em vez de transmissores de doenças, os mosquitos da Caatinga eram “criaturas de Deus que deveriam ter alguma função no ambiente”. A dissociação entre doenças e mosquitos guiou meus argumentos em direção a uma “ecologia de mosquitos” como uma variável independente da tradicional “ecologia de vetores”.
A luta dos mosquitos
Se não os mosquitos, quais seriam as fontes das doenças? Com esta pergunta em mente, falei com Marielle[3], uma funcionária grávida do Ecoparque. Apesar de ciente da relação entre mosquitos, zika e a microcefalia, Marielle não temia que o seu bebê ficasse doente. Ela vivia em Canindé de São Francisco, uma cidade na zona periurbana a aproximadamente trinta quilômetros do MONA. Canindé é conhecida pelas altas taxas de arboviroses. As campanhas de saúde pública na cidade promoviam palestras direcionadas a mulheres grávidas, algumas das quais Marielle havia participado. Não obstante, ela estava convencida de que seu bebê estaria seguro porque, para ela, “doença (de mosquito) é coisa da rua”, sendo rua um vernáculo local para referir-se às cidades.
Intrigado sobre a oposição sertão-rua, perguntei-lhe o quão longe da rua ela morava. “Um quarteirão”, ela respondeu, explicando que o que tornava aquele lugar rua era a sua pavimentação. Muitas outras pessoas no MONA compartilhavam da ideia da mulher de que doenças de mosquito eram restritas à rua. Algumas delas concordavam que a presença de asfalto, esgoto, lixo e iluminação nos arredores do MONA estavam transformando a Caatinga em rua. Para elas, isso é uma preocupação maior que os mosquitos, que só picam “porque não tem outro jeito, é a luta deles[4]”.
Luta, naqueles termos, era sempre um substantivo, nunca um verbo. Nesse sentido, cada um – pessoas e animais – “tinham ou estavam na sua própria luta”. Tentar viver bem e trabalhar num ambiente adusto e quente era parte da luta das pessoas. Não-humanos, por sua vez, “tinham outras lutas”. Predadores como gatos e raposas caçavam, enquanto árvores procuravam por e absorviam água através das suas raízes. Até mesmo as pedras, firmemente fincadas ao solo, lutavam para não serem removidas. Não menos importantes, os mosquitos chupavamo sangue do povo e, às vezes, pousavam nos olhos e narizes das pessoas e animais[5]. Todas essas relações configuram uma luta mais-que-humana que exprime histórias entrelaçadas da Caatinga (Figura 2).

Além da luta, o sofrimento também entrelaçava e inter-relacionava aquelas vidas humanas e não-humanas. Difícil de ser compreendido e conceituado, o sofrimento, para mim, ficou evidente quando uma das minhas colaboradoras retratou a sua vida como uma transição constante entre “uma doença e uma condenação”, sendo “condenação” uma expressão relacionada a preocupação ou dificuldade. Este foi apenas um entre os tantos exemplos de vidas sofridas que ouvi. De acordo com aqueles sertanejos, o sofrimento acentua as suas lutas cotidianas. Consequências de uma vida sofrida, “doenças” ou “corpos doentes” tinham pouco ou nada a ver com as premissas da Saúde Pública relacionadas a infecções e enfermidades. Ao invés disso, doenças eram relacionadas a um “corpo cansado” e impossibilitado de “estar na luta”. Esse “sentir-se cansado” era, portanto, parte de um sofrimento que obrigava as pessoas a temporariamente interromperem as suas lutas[6].
Um sertanejo com pouco mais de cinquenta anos, uma máquina, segundo seus colegas de trabalho mais jovens devido à sua habilidade (acima da média) de trabalhar diariamente, me explicou a diferença entre a dor no corpo e aquela relacionada aos mosquitos. A dor no corpo costumava ser a “graxa faltando, mas agora é esse tal de congonha”, referindo-se à intensa dor nas articulações provocada pela chikungunya. Ele explicou que, para ele, a relação entre dor e mosquitos não fazia sentido pois ele e outros sertanejos “sempre” viveram com mosquitos e outros insetos, mas esses animais “nunca” lhes deixaram doentes. Ele, então, me perguntou por que “só agora” as doenças estavam relacionadas aos mosquitos.
Enquanto os mosquitos da Caatinga nunca tinham causado doenças nas pessoas, aqueles da rua tinham. Alguns sertanejos tinham uma explicação para tal: o constante contato dos insetos com a sujeira e a poluição da rua os infectava, e a picada desses “mosquitos doentes” nos deixava também doentes. A ideia de mosquitos “ficando doentes” me faz repensar o que significa ser um vetor. Em vez de transportadores passivos de micróbios, a vetoração é o resultado de processos nos quais as vísceras e glândulas salivares dos mosquitos são ambientes essenciais para o desenvolvimento e a procriação dos patógenos. Esses encontros trazem consequências negativas também para os insetos, como a redução das taxas de longevidade, fitness, fertilidade e oviposção (Sylvestre, Gandini e Maciel de Freitas, 2013; Kramer e Ciota, 2015). Esses fenômenos sugerem que ao desempenharem o papel de vetores, os mosquitos também estão sendo hospedeiros.
Ao considerar mosquitos não apenas como carreadores e transmissores de vírus, sugiro que doenças vetoriais são a priori demandas ecológicas. Como os sertanejos deixaram claro, humanos e não humanos na rua estão expostos a diferentes perturbações ecológicas, como as suas menções à sujeira na rua sugerem. À luz deste pensamento, proponho que mosquitos são tornados vetores, não apenas pela sua capacidade de carregar e transmitir patógenos, mas também por causa das condições ambientais. Dessa forma, tomo o conceito de rua como um guia para pensar cidades como cenários fundindo demandas ecológicas, econômicas e políticas. Outras respostas institucionais que não um discurso presidencial sugerindo “alvejar inimigos” ao afirmar que “O mosquito não é maior do que um país inteiro” pode ser possível.
Ecologias mais-que-vetoras de mosquitos
Estar ciente da luta dos mosquitos da Caatingaa e do “adoecimento” daqueles da rua me levou a propor uma abordagem mais-que-vetora (Maia, 2018). Em parte, essa articulação veio da percepção de que, de acordo com os sertanejos, apesar de “indesejáveis”, mosquitos são “criaturas de Deus” que as pessoas não têm o direito de erradicar. Em vez de matá-los todos (ainda que, hipoteticamente, pudéssemos), os sertanejos sugerem que deveríamos mantê-los afastados sempre que possível. Essa ideia aparentemente ingênua foi algo que encarei como uma réplica às usuais medidas governamentais no Brasil: o combate aos mosquitos ou as “campanhas” (em seu sentido originalmente militarista; cf. Mitchell, 2002; Beisel, 2015). Apesar de tentadora, sugiro que a metáfora da guerra contra o nosso “predador mais mortal” (deadliest predator; cf. Winegard, 2019) é problemática por muitas razões das quais menciono duas.
Primeiro, porque a noção de “alvos de campanha” pode ser facilmente transferível dos mosquitos para alguém/algo mais, trazendo consequências imprevisíveis. Por exemplo, pessoas têm machucado seriamente macacos por interpretarem que eles são vetores da febre amarela, e não sentinelas, isto é, vítimas fatais da doença. Segundo, porque a metáfora da guerra reforça uma imagem, construída por alguns pesquisadores, de que mosquitos são meras criaturas prejudiciais à saúde humana. Além de obliterar o papel dos mosquitos na biodiversidade, esse tipo de visão advoga por “um mundo sem mosquitos” (Fang, 2010). De acordo com essa perspectiva, outros insetos não só desempenham as funções ecológicas dos mosquitos – exceto as de picadores – mas também o fazem de maneira ainda “mais eficiente” (Inoyue, 2010). No entanto, os estudos ecológicos sobre os mosquitos ainda são escassos. Sem fundo de pesquisa ou interesses de publicação, a biodiversidade de mosquitos ainda está à sombra de um paradigma epidemiológico que os considera como um problema de saúde pública a priori (Maia, 2018). Como tal, a única solução parece ser matar uma espécie inteira.
Com a ideia da “extinção dos mosquitos” em mente, perguntei a uma funcionária do Ecoparque, durante o meu trabalho de campo, sobre o que ela pensava a respeito. “Para nós, seria bom, não sei para o ambiente”, ela respondeu. Incertezas sobre um mundo sem mosquitos são a base da perspectiva mais-que-vetora que aqui proponho. Essa abordagem é um esforço de trazer à tona os mosquitos como polinizadores (Soria, Felippe-Bauer e Oliveira, 2002), filtradores de água quando na fase larval (Wallace e Merritt, 1980), predadores e presas (Mahmoud, 2001). Eles também são picadores de mamíferos não humanos, pássaros, répteis, anfíbios (Alencar et al, 2005), anelídeos (Reeves et al, 2018), e até de outros mosquitos (Ma et al, 2013). Pertinentemente, essa abordagem chama a atenção para complexidades ecológicas que os pensamentos científico e governamental podem estar explorando ainda parcamente[7].
Trazer à tona outras funções ecológicas que não vetoras não é uma tentativa de romantizar relações de encrenca (troubling relationships) entre mosquitos e humanos, ou parasitas e hospedeiros. Minha experiência no MONA foi repleta de encontros com mosquitos (Figura 3). As picadas, os zumbidos e os pousos resultando nos usuais eczemas e eritemas na minha pele, e tapas letais a alguns daqueles insetos não era uma maneira de “torná-los matáveis” (cf. Haraway, 2008). “Tornar os mosquitos matáveis” é o que venho tentado problematizar aqui, isso é, a transformação compulsória, pelas campanhas governamentais, dos encontros humano-mosquitos em “ameaças”. Um dos efeitos das campanhas é transformar coexistências de encrenca numa estressante iminência de risco na qual a única resposta possível é a eliminação da “ameaça”. No entanto, para a maioria daquelas pessoas no MONA, a “ameaça” real era “a Caatinga virando rua”, consequentemente favorecendo condições ideais para criar “mosquitos doentes que deixam a gente doente”.

Mosquitos com papéis ecológicos plurais, e até mesmo “ficando doentes”, são um lembrete do fato de que o foco exagerado em “combatê-los” gera alguns efeitos sociais e políticos, e apaga outros. Tal foco torna menos nítidas as histórias como as de Mônica, em Pernambuco, exigindo do governo garantias educacionais para o seu bebê Nancy, uma das crianças da coorte da SCZ (ver Lustosa, nesta série). Erradicar mosquitos “a todo custo” não garante a dignidade e o cuidado assistido de mulheres e suas crianças. Doenças, na abordagem mais-que-vetora, são eventos multifacetados que vão além das relações humano-vetor-vírus (Hinchliffe et al, 2017). A esse respeito, a Zika é um fenômeno que evidencia a negligência de mulheres e seus bebês, pessoas frequentemente esquecidas quando as pandemias terminam.
Durante as epidemias de Zika no Brasil, assuntos pertinentes como a administração no controle vetorial, vigilância epidemiológica, e até mesmo direitos reprodutivos foram ofuscados pela imponente ‘guerra aos mosquitos’. Viver no MONA sob uma alegada ausência de Zika e outras doenças vetoriais me conectou a zumbidos, pousos e picadas. Em vez de micróbios, os mosquitos me infectaram com uma imaginação radicalmente ecológica, especialmente quando penso sobre a coexistência entre diferentes seres. Agora, alguns anos depois, vejo como problemático o exagerado foco institucional em riscos e doenças, não nas pessoas e mosquitos em relações mútuas, embora por vezes contestadas. Em vez de “combate”, opto por maneiras radicais de “viver com” (cf. Haraway, 2008) trazendo a Caatinga não como o campo de batalha retratado por algumas instituições, mas como uma malha mais-que-humana entrelaçada por mosquitos, “outras criaturas” e sertanejos. Assim também podem ser as cidades.
[1] Os lugares que frequentei, incluindo o Ecoparque, ficam na zona de amortecimento: “[e]ntorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade” (Brasil, Lei 9.985, 2000, art. 225).
[2] Neste texto, as palavras em itálico, quando não forem aplicadas às normas taxonômicas de nomenclatura, serão sempre um indicativo de conceito nativo.
[3] Como forma de proteger a identidade da funcionária grávida, escolhi o nome fictício Marielle.
[4] Luta, aqui, tem um sentido similar à abordagem de Maya Mayblin à “luta” de mulheres e seus maridos no sertão de Pernambuco, também no Nordeste brasileiro (Mayblin, 2010).
[5] Isto refere-se à mosca-dos-olhos ou mosquito-de-cu-de-cachorro, taxonomicamente, insetos da família Chloropidae (Francisco, 2005). Seu nome na região vem dos usuais pousos desses animais nas nádegas de cachorros.
[6] Para uma abordagem etnográfica sobre trabalhadores rurais entendendo a malária como um certo mal-estar impedindo seus corpos de continuar trabalhando, ver Saavedra (2013).
[7] Para uma resposta crítica à ideia da extinção direcionada de mosquitos (mosquito-driven extinction), ver Peeples (2016).
The mosquito struggle: other-than-vector ecologies in a ‘Zika-free’ Brazilian sertão

In 2016, the World Health Organization (WHO) declared the Zika epidemic in Brazil a global threat (WHO, 2019). Since then, the link between the virus, microcephaly, and, more broadly, the Congenital Zika Syndrome (CZS) in hundreds of new-born babies has become clear. Most of the cases were reported from cities in the Brazilian Northeast’s sertão, a semiarid region comprising the Caatinga biomeor ‘white forest.’ Found only in Brazil, Caatinga covers 13% of the country’s territory (IBGE, 2004). This region has been known for barrenness, both in its climate and in investment from public spending. Historically, these two forms of austerity – the landscape and the socioeconomics – have reinforced one another.
In the cities of the sertão, due to its dry environment and the poor sanitation conditions, people find themselves having to store potable water, often in inadequately sealed containers. These conditions provide an ideal niche for Aedes aegypti, the mosquito species known for carrying Zika and other viruses. Thus, the Ae. aegypti species, conceptualised as ‘urban mosquitoes’ by entomologists, is inter-related with the social inequalities of modern cities. In addition, such cities are built under the imaginary of an exclusively human space, which undesirable species – such as rats, pigeons and mosquitoes – sometimes ‘invade’ (Segata, 2016). This model of urbanisation allows a range of interspecies interactions to fade from view. Among them, the role played by the absence of other competitor mosquito species in Ae. aegypti’s ecological success in cities. I propose, then, that not only the mosquitoes but also cities themselves are essential actors within the histórias of Zika.
Most of the histórias in this series feature the intimate association between Zika epidemics and the cities as a background. However, I bring here something else. I hope to contribute to thinking around the topic of cities and epidemic scenarios by bringing histórias of sertanejos and nonhumans living in a portion of the white forest in Sergipe. Sertanejos are the people who are born and live in the sertão. Instead of focusing on urban lives, I want to explore sertanejos’ conceptions of living with mosquitoes in the forest. I suggest that these entwined human-nonhuman lives might be key to reconceiving the ecologies of these cities, in particular, and urban landscapes more generally.
The ideas I bring forward here were drawn from my masters’ research (Maia, 2018), which was part of the activities of a research network called ‘Mosquitos da Caatinga’ (Mosquitoes of Caatinga). Through such activities, I produced an ethnography of the relationship between the mosquitoes and the sertanejos in the surroundings of Grota do Angico Natural Monument (MONA), a conservation area on the banks of the São Francisco River, in the white forest of Sergipe state, Brazil. Comprising just over 50% of the state’s territory, Sergipe’s sertão is composed of mostly rural zones, but also some scattered periurban areas (IBGE, 2007). Both zones have, through research and governmental actions, undergone significant surveying and monitoring of the Ae. aegypti. Since this species is anthropophilic, even in areas with only minor human clusters, these surveillance programs are central to the mapping and understanding of potential epidemics in the state.
Running alongside the social, governmental and scientific focus on the landscapes of the cities was researcher-led interest in forests, since they can be habitats of ‘sylvan mosquitoes.’ For this reason, my colleagues from ‘Mosquitos da Caatinga’ network frequently carried out surveys of mosquitoes and their possible related viruses at MONA. Whilst they surveyed mosquito species – with some difficulty, since some of the insects had no taxonomic description yet available (Marteis et al, 2017) – I was living alongside artisanal fishermen, farmers, embroiderers, and municipal government workers. One family in particular, whose house was far from the villages, provided me with shelter and logistic support. Their only neighbour was a company known as ‘Ecoparque’, one of several ecological parks and restaurants in the surroundings of MONA[1].

Most of the sertanejos with whom I was in contact were employees of Ecoparque: waiters, tourist guides, lifeguards, managers, and so on. In addition to those people, nonhuman companions like stones, rocks, and ‘narrative beings’ such as ghosts and werewolves, as well as different vegetal and animal groups also surrounded me. Within the latter, there was an emic guild called mosquitoes[2], which for the sertanejos referred to critters causing no more than a minor irritation for people and nonhuman animals. Such emic classification embraced not only insects considered as mosquitoes in a Linnean taxonomic sense but also horseflies and a small range of non-biters such as flies, grass-flies, and even some beetles and bees. It is important to keep in mind that these are only some examples of who these insects might be, because sertanejos’ classifications of mosquitoes were (and still are) an open field of possibilities.
The scientific classification of the mosquitoes of Caatinga were also elusive for my colleagues and me. A significant part of the specimens collected at MONA, for instance, have still been undergoing morphological and genetic descriptions. In Linnean taxonomic terms, mosquitoes refer to dipterans belonging exclusively to the Culicidae family. Some entomologists, however, broaden this definition by considering some other blood-sucking dipterans, such as midges and biting midges. Throughout this text, when the word mosquito (non-italic) appears, it will refer to this broadened entomological nomenclature.
Despite the elusiveness of the classifications of mosquitoes and mosquitoes of MONA, there was some evidence that none of those insects were Aedes aegypti (Marteis et al, 2017). There was also no register of mosquito-borne viruses in the area (Marteis, personal communication). The surveys, however, did not exclude the possibility that Ae. aegypti and their related viruses might be found in the houses and other buildings in the surroundings of MONA. The uncertainties about both, the presence of Ae. aegypti and the potential vector activities of the other Culicidae species of the area, framed the forest as a scenario of imminent epidemics within scientific and governmental logics. For instance, the presence of the mosquito species Haemagogus spegazzinii at MONA, associated with sylvan yellow fever, fostered epidemiological concerns.
Yet while living alongside sertanejos and a greater diversity of mosquito species, I learned that, according to sertanejos logics of classification, illnesses and mosquitoes did not belong to the same conceptual constellation. In addition, as some of my interlocutors suggested, rather than disease-transmitters, mosquitoes of Caatinga were ‘creatures of God that might have a proper function in the environment.’ The detachment of diseases from mosquitoes led my arguments towards an ‘ecology of mosquitoes’ as an independent variable from the traditional ‘ecology of vectors.’
The struggle of the mosquitoes
If not mosquitoes, what could be the source of diseases? With this question in mind, I talked to Marielle[3], a pregnant employee of Ecoparque. Although aware of the relationship between mosquitoes, Zika, and microcephaly, Marielle was not afraid that her baby would suffer a viral infection. She lived in Canindé de São Francisco, a peri-urban city nearly 18 miles from MONA. Canindé is known for its high rates of arboviruses. Public health campaigns in the city provide health lectures directed at pregnant women, some of which Marielle had attended. Nevertheless, she was convinced that her baby would be safe because for her, ‘[mosquito] disease is something of the street’, she said, evoking a local vernacular to describe cities.
Intrigued by the sertão-street opposition, I asked her how far from the street her house was. ‘One city block’, she replied, explaining that what made that area into a street was that it was paved. Many other people at MONA shared Marielle’s idea that mosquito diseases were restricted to the street. Some of them agreed that the presence of asphalt, sewers, garbage, or streetlights in the surrounding areas of MONA was turning the Caatinga into the street. For them, this was a bigger concern than mosquitoes, who only bite ‘because there is no other way, it’s their luta (struggle)[4]’.
Struggle, in those terms, was always a noun, never a verb. In this sense, everyone – people and animals –‘had their own struggle or were in it.’ Trying to live well and work in a hot and barren environment was part of the struggle of the people. Non-humans, in turn, ‘had other struggles.’ Predators, such as cats and foxes hunted for food, while trees sought and sucked water through their roots. Even stones, firmly settled in the soil, were in a struggle to not to be removed from their place. Importantly, mosquitoes sucked people’s blood and sometimes landed on people and animals’ eyes and noses[5]. These relations make up a more-than-human struggle that pervades the Caatinga’s entwined histórias.

In addition to the struggle, the sofrimento (suffering) was also entwining with and holding together those inter-related human and nonhuman lives. Difficult to be grappled with and conceptualized, I became aware of suffering when one of my collaborators framed her own life as a constant transition between ‘a disease’ and ‘a condemnation’; the latter expressing a sense in which her existence was a permanent object of concern or difficulty. This was one among many examples of suffering lives. According to those sertanejos, the suffering accentuates their daily struggles. Consequences of a suffering life, ‘diseases’ or ‘diseased bodies’ had little or nothing to do with Public Health assumptions concerning infections or disorders. Diseases were, instead, related to a ‘tired body’ and the impossibilities of ‘being in the struggle.’ This sense of ‘tiredness’ was, thus, part of the suffering that compelled people to temporarily interrupt their struggles[6].
A sertanejo in his early fifties, who was called ‘a machine’ by his young work mates because of his (above average) ability to work, explained the transition between pain in the body and ‘mosquito pain’ as follows: The aching of one’s body ‘used to be due to its lack of [car] grease, but ‘now’ it’s this ‘congonha,’ referring to the intense joint ache, one of chikungunya’s symptoms. He explained that the link between pain and mosquitoes did not make sense for him because he and other sertanejos had ‘always’ lived with mosquitoes and other bugs, but the insects had ‘never’ made any of them sick. Then, he asked me why ‘only now’ it was related to mosquitoes.
Whilst the mosquitoes of Caatinga had never provided diseases to people, those of the street had. Some sertanejos had an explanation for this: the insects’ constant contact with the dirt and pollution of the street infects them, and the bite of these ‘diseased mosquitoes’ make us ill. The idea of mosquitoes ‘getting sick’ makes me re-think what it means to be a vector. Instead of mosquitoes passively transporting microbes, vector activity is the result of processes on which the insects’ guts and salivary glands are essential environments for pathogens’ development and breeding. These encounters bring negative consequences to the mosquitoes, such as the reduction of their longevity, fitness, fecundity, and oviposition rates (Sylvestre, Gandini and Maciel de Freitas, 2013; Kramer and Ciota, 2015). These phenomena suggest that when these insects are playing vector roles, they are also being hosts.
By considering mosquitoes as not only viruses’ carriers and transmitters, I suggest that vector diseases are a priori ecological demands. As sertanejos made it clear, humans and nonhumans on the street are exposed to different sorts of ecological stresses, as their mention of the dirt in the cities might suggest. In this light, I propose that mosquitoes are made vectors, not only by their capacity to carry and transmit pathogens, but also because of the environmental conditions. Thus, I take the concept of street as a guide to think cities as landscapes merging ecological, economic and political demands. Other institutional responses than ‘targeting enemies’ through presidential affirmation that a ‘Mosquito can’t be stronger than the whole country’ might be possible.
Mosquitoes’ more-than-vector ecologies
Being aware of the struggle of the mosquitoes of Caatinga and ‘the sickening’ of those from the street led me to propose a more-than-vector approach (Maia, 2018). In part, this articulation arose from the awareness that, according to sertanejos, despite being ‘undesirable’, mosquitoes are ‘creatures of God’ that people do not have the right to eradicate. Instead of killing them all (even if, hypothetically, we could), sertanejos suggest we should keep them away whenever possible. This ostensibly naïve idea was something I took as a retort to Brazil’s usual governmental measures: combat against mosquitoes, or ‘campaigns’ (in their original military sense; cf. Mitchell, 2002; Beisel, 2015). Although tempting, I suggest that the metaphor of a war against our ‘deadliest predator’ (cf. Winegard, 2019) is problematic for various reasons, of which I will mention two.
First, because the notion of ‘campaign targets’ can easily jump from mosquitoes to something/someone else, bringing unpredictable consequences. For example, people have been physically harming macaques for interpreting them as the vectors of yellow fever, and not as sentinels; that is, fatal victims of the disease. Second, the war metaphor reinforces a scientific framing of mosquitoes as merely human-harmful critters, obliterating the importance of their biodiversity, and advocating ‘a world without mosquitoes’ (Fang, 2010). According to this perspective, other insects not only play all the ecological roles belonging to mosquitoes (other than biting), but also perform them even ‘more efficiently’ (Inouye, 2010). However, ecological studies on mosquitoes are still scarce. With no research funding nor interest from scientific journals, mosquito biodiversity is still in the shadow of an epidemiological paradigm that depicts them as a public health problem a priori (Maia, 2018). As such, it seems the only solution is to kill off an entire species.
With the idea of ‘mosquito extinction’ in mind, I asked an employee of Ecoparque, during my fieldwork, her thoughts on it. ‘For us it would be good, I don’t know for the environment’, she replied. Uncertainties about an environment without mosquitoes are the foreground of the more-than-vector perspective I am proposing. This approach is an effort to bring up mosquitoes as pollinators (Soria, Felippe-Bauer and Oliveira, 2002), water filters when in their larval stage (Wallace and Merritt, 1980), predators, and prey (Mahmoud, 2001). They also perform as biters of other-than-human-mammals, birds, reptiles, amphibians (Alencar et al, 2005), earthworms and leech (Reeves et al, 2018), and even of other mosquitoes (Ma et al, 2013). Importantly, the approach calls for attentiveness to ecological complexities that scientific and governmental thinking might not yet fully grasp[7].
Bringing up other-than-vector ecological roles is not an attempt to romanticise troubling relationships between mosquitoes and humans, or parasites and hosts. My experience at MONA was full of meetings with mosquitoes (Image 3). The bites, buzzing, and landing resulting in common blisters and itching on my skin and deadly swats on some of those insects was not a way to ‘make them killable’ (cf. Haraway, 2008). ‘Making mosquitoes killable’ is what I have been trying to trouble here; that is, the compulsory transformation of human-mosquito meetings into a ‘threat’ by governmental campaigns. One of the effects of campaigns is to turn troubling coexistences into a stressful risk imminence, of which the only possible response is the elimination of the ‘threat.’ However, for most of the people at MONA, real ‘threat’ was ‘the Caatinga becoming street’, consequently fostering ideal conditions to ‘create diseased mosquitoes that make us sick’.

Mosquitoes with plural ecological roles, and even ‘getting sick’,are a reminder of the fact that the exaggerated focus on ‘combating them’ builds up social and political effects and erases others. It blurs, for example, histórias such as that of Monica, in Pernambuco, Brazil, requiring educational assurance from the government for her baby Nancy, one of the children of the CZS cohort (see Lustosa, this series). Eradicating mosquitoes ‘at any cost’ does not guarantee dignity and care-support to women and their children. Diseases, in the more-than-vector approach, are multi-faceted events, extending beyond the human-vector-virus relationship (Hinchliffe et al, 2017). In this regard, Zika is a phenomenon that makes evident the neglect of women and their babies, who are written off when pandemics come to an end.
During Zika epidemics in Brazil, potential topics such as vector control management, epidemiological surveillance, and reproductive rights were over-shadowed by the imposition of a ‘war on mosquitoes.’ Living in MONA, under an alleged absence of Zika and other vector diseases, connected me to buzzing, landings, and bites. Instead of microbes, mosquitoes infected me with a radically ecological imagination, especially when thinking about coexistence between different kinds of being. Now, some years later, I can see as problematic the exaggerated institutional focus on risks and diseases, not people and mosquitoes in a mutual if contested relationship. Instead of ‘combat’, I choose to see radical ways of ‘living with’ (cf. Haraway, 2008) by bringing up Caatinga not as an institutionally-framed battlefield, but as a more than human meshwork interwoven by mosquitoes, ‘other creatures’, and sertanejos. As can be cities.
Notes
[1] The places I frequented, including Ecoparque, were at the buffer zone: “Surroundings of a Conservation Unity where human activities are subjected to specific norms and restrictions in order to minimize the negative impacts on the Unity” (Brasil, Lei 9.985, 2000, art. 225: free translation).
[2] In this text, the words in italic are an indicative of native concepts.
[3] In order to protect the pregnant woman’s identity, I have chosen the fictional name Marielle.
[4] Luta, here, has a similar sense to Maya Mayblin’s approach to the ‘struggle’of women and their husbands in the sertão of Pernambuco state, also in the Brazilian Northeast (Mayblin, 2010).
[5] This refers to the grass-flies or dog-butt-mosquitoes, taxonomically, insects of the family Chloropidae (Francisco, 2005). Its emic name comes from the usual bugs’ landings on dogs buttocks.
[6] For an ethnographic approach on rural workers grasping malaria as a malaise denying their bodies of keep working instead of a mosquitoes-and-parasites issue, see Saavedra (2013).
[7] For a critical response to the idea of mosquito-driven extinction, see Peeples (2016).
Works Cited
Alencar, Jeronimo; Lorosa. Elias S.; Silva, Julia dos S.; Lopes, Catarina M.; Guimarães, Anthony E. (2005). Observações Sobre Padrões Alimentares de Mosquitos (Diptera: Culicidae) no Pantanal Mato-Grossense. Neotropical Entomology. 34 (4): 681-87.
Beisel, Uli. (2015). Blue Warriors: Ecology, Participation and Public Health in Malaria Control Experiments. In: P. W. Geissler (Ed.). Para-States and Medical Science: Making African Global Health. Duke University Press. Durham and London, 281-303.
Brasil. Lei 9.985, de 18 de julho de 2000. § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências.
Diniz, Debora. (2016). Zika: do sertão nordestino à ameaça global. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
Fang, Janet. (2010). Ecology: A world without mosquitoes. Nature. 4466(7305), 432-34.
Francisco, Odair. (2005). Moscas do gênero Hippelates Loew, 1863 e Liohippelates Duda, 1929 (Diptera: Chloropidae): levantamento, sazonalidade e parâmetros biológicos. Campinas, 164. Tese (Doutorado em Parasitologia). Universidade Estadual de Campinas.
Haraway, Donna. (2008). When species meet. Minneapolis: University of Minnesota Press.
Hinchliffe, Steve; Bingham, Nick; Allen, John; Carter, Simon. (2017). Pathological Lives: Disease, Space and Biopolitics. Chichester, West Sussex ; Malden, MA : John Wiley & Sons Inc.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2004). Mapa de Biomas do Brasil, primeira aproximação. Rio de Janeiro: IBGE. Available in: [http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/21052004biomashtml.shtm].
___. (2007). Municípios do semiárido brasileiro – 2007. Portaria nº89 do Ministério da Integração Nacional.
Inouye, David. (2010). Mosquitoes: more likely nectar thieves than pollinators. Nature. 467: 27.
Ma, Yajun; Xu, Jiannong; Yang, Zhenzhou; Wang, Xiaohua; Lin, Zhongling; Zhao, Wei; Wang, Yan; Li, Xiangyu; Shi, Hua. (2013). A video clip of the biting midge Culicoides anophelis ingesting blood from an engorged Anopheles mosquito in Hainan, China. Parasites & Vectors. 6:326.
Mahmoud, Hanaa I. (2001). Effect of Some Environmental Factors on the Predation Efficiency of the Mosquito; Toxorhynchites splendens (Diptera: Culicidae). The Egyptian Journal of Hospital Medicine Vol., 2 : 70 – 83
Maia, Tullio Dias da Silva. (2018). Cada um com sua luta: uma etnografia da relação entre sertanejos e mosquitos no alto sertão sergipano. São Carlos, 204f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social). Universidade Federal de São Carlos.
Marteis, Letícia Silva; Natal, Delsio; Sallum, Maria Anice Mureb; Medeiros‐Sousa, Antônio Ralph; Oliveira,Tatiane Marques Porangaba; La Corte, Roseli. (2017). Mosquitoes of the Caatinga: 1. Adults stage survey and the emerge of seven news species endemic of a dry tropical forest in Brazil. Acta Tropica, 166: 193-201. ISSN 0001-706X, <https://doi.org/10.1016/j.actatropica.2016.11.022> <http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0001706X16306064>
Mayblin, Maya. (2010). Gender, catholicism and morality in Brazil: virtuous husbands, powerful wives. New York: Palgrave Macmillan.
Mitchell, Timothy. (2002). Can the Mosquito speak? In: ___. Rule of Experts: Egypt, Techno-Politics, Modernity. University of California Press: 19-53.
Peeples, Lynne. (2016). The Allure and the Folly of Speciecide. Undark Magazine. Disponível em: <https://undark.org/article/zika-and-the-folly-of-mosquito-specicide/?utm_ content=buffer36577&utm_medium=social&utm_source=twitter.com&utm_ campaign=buffer>.
Reeves, Lawrence E.; Holderman, Chris J.; Blosser, Erik M.; Gillett-Kaufman, Jennifer L.; Kawahara, Akito Y.; Kaufman Philip E.; Burkett-Cadena, Nathan D. (2018). Identification of Uranotaenia sapphirina as a specialist of annelids broadens known mosquito host use patterns. Nature Communications Biology,1 (92): 1-8.
Saavedra, Mónica. (2013). Malária, mosquitos e ruralidade no Portugal do século XX. Etnográfica [Online], 17 (1), 51-76.
Soria, Saulo de Jesus; Felippe-Bauer, Maria Luiza; Oliveira, Sebastião José. (2002). Lista das especies de Ceratopogonidae (Diptera, Nematocera) do agro-ecossistema cacaueiro, depositadas na coleção entomologica do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil. Entomol. Vect. 9 (3): 317-327.
Wallace, J. Bruce; Merritt, Richard W. (1980). Filter-feeding ecology of aquatic insects. Ann. Rev. Entomol. 25: 103-132.
WHO – World Health Organization. (2019). Zika: the continuing threat. Bull World Health Organ. 2019; 97(1):6–7. doi:10.2471/BLT.19.020119
Winegard, Timothy C. (2019). The mosquito: a human history of our deadliest predator. Melbourne: Text Publishing.
Túllio Maia is a PhD student at the Wellcome Centre for Cultures and Environments of Health at University of Exeter, United Kingdom. With a mixed background in biology and anthropology, his research interest is in the relationship between humans and nonhumans. ‘Mosquito-researcher’ since 2011, his academic focus has been on understanding the ecology of ‘troubling species’ and its effects on science, technology, society and politics. Currently he has been developing collaborative activities between the University of Exeter and Federal University of Sergipe, Brazil through producing a multispecies ethnography on scientific practices revealing the correlation between human beings, viruses, and mosquitoes in Sergipe state.
Túllio Maia é estudante de doutorado pelo Wellcome Centre for Cultures and Environments of Health na Universidade de Exeter, Reino Unido. Com formação acadêmica tanto na biologia quanto na antropologia, seu interesse de pesquisa está na relação entre humanos e não humanos. “Pesquisador de mosquito” desde 2011, seu foco acadêmico tem sido em entender a ecologia de “espécies de encrenca” (troubling species) e seus efeitos na ciência, na tecnologia, na sociedade e na política. Atualmente, ele vem desenvolvendo atividades colaborativas entre a Universidade de Exeter e a Universidade Federal de Sergipe através da realização de uma etnografia multispécies sobre práticas científicas revelando a correlação entre seres humanos, vírus e mosquitos no estado de Sergipe.